Organizando o TCC para vida

VIVER NÃO É BANAL!
novembro 16, 2020

Organizando o TCC para vida

Criança fantasia o tempo todo. Tão gostoso fantasiar…

…O presente novo, o passeio na avó, o que de bom tem para comer lá hoje…??
Ah, que delícia; bolo? Sagu? Pão da padaria Cruzeiro com manteiga e café preto?…

E a vida era linda!!

 

Do outro lado, como uma moeda tem duas faces, tem o que causa dor…
E na fantasia de criança a dor é sempre muito grande…
Se alguém mais experiente não ajudar a dimensionar, essa dor fica ali, daquele jeito para sempre… nebulosa, muito intensa!!

 

E vai transformando as situações mais simples em dores grandes; e mais adiante, confunde tudo o tempo todo; e gera estresse pela vida afora. E causa doenças, até irreversíveis com o passar do tempo.

 

Tivemos grande sorte em poder contar com as mestrias, parece que especializadas em amar: pais, avós e outras pessoas que integravam as nossas primeiras comunidades, apontavam para o lado mais ameno, lançando mão da “psicologia positiva” que eles dominavam muito bem, sem nunca ainda terem lido sobre.

 

Véspera de dia de ir ao dentista, amedrontados, quase que pedindo socorro, perguntávamos para a mãe: – vai doer?

E ela, gentilmente, nos olhava com ternura nos olhos, dentro dos nossos olhos e dizia: – vai doer e depois vai passar! E se doer muito, chore!

 

Ela dizia tanta coisa com estas simples frases…

Se criava uma expectativa de dor que tinha fim. Isto era apoio!
Abria-se um corredor, como nos contos de fada, e em alguns minutos, o encontro com o dentista que era a fase crítica, o combate tornava-se mais relaxado e mais tranquilo. Nós éramos tratados como heróis, muito antes de termos vencido o embate.

Isto era fortalecedor! Nos oferecia um espaço para crescer!

 

-E se doer muito, chore! Ela dizia que não precisávamos ser impecáveis. Era animador! Podíamos expressar nossa dor!

“Depois passa”, criava para nós a noção de que tudo é um processo com início meio e fim, intercalado de acolhimento amoroso.

 

Grandes pessoas!
Conhecimento de além mar, até parece…,

Quando hoje revivo estas vivências, lembro do que Ranieri Maria Rilke, no livro A Terapia do Amor de Kathleen Keating em 1992, escreveu:

 

” Amar outro ser humano
é talvez a tarefa mais difícil que nos foi confiada,
a tarefa definitiva, a prova e o teste e finais
a obra para a qual todas as outras
não passam de mera preparação”
Ranier Maria Rilke

 

Grande privilégio nosso!
Vai doer e depois passa!
E se doer muito, chore!
Depois passa!!

 

Grande lição!!
Nossa gratidão!!

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